Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. Na perspectiva cognitiva a ansiedade se centraliza na noção de vulnerabilidade como uma percepção de si mesmo como sujeita a perigos internos e externos para os quais não tem controle suficiente ou ineficiente para lhe garantir a segurança.
Parte-se sempre de uma situação que é avaliada muito mais emocionalmente do que de forma racional e cognitiva. As ameaças e pequenos estímulos são superdimensionados e a pessoa se sente impotente frente a elas. Essa percepção distorcida da ameaça dispara os alertas orgânicos e as reações comuns de suar muito, coração disparado, tremedeira, falta de ar, as pernas bambas e uma angústia sem fim misturados ao senso de impotência deixam o indivíduo paralisado.
O processamento do sujeito que pela sua história de vida e crenças sobre si mesmo vão ativar:
1. Avaliações exageradas da ameaça;
2. Impotência aumentada;
3. Pensamento inibitório de informações de segurança;
4. Pensamento construtivo ou reflexivo prejudicado;
5. Processamento da informação de forma automática;
6. Pensamentos perturbadores e catastróficos;
7. Processos internos de perpetuação da ansiedade;
Agora imaginem que isso já se dá quando a ameaça é mínima e as vezes irreal, na pandemia os transtornos de ansiedade estão sendo extremamente ativados porque o vírus é uma ameaça letal, para 5% ou 6 % das pessoas que o contraem.
O que podemos fazer?
1. Avaliações reais da ameaça. Ler fontes de informações fidedignas como a OMS. No Brasil, por favor, desconsiderar as fontes como ministério da saúde e alguns governos.
2. Avaliar realisticamente o seu senso de impotência. Na verdade, todos somos potentes contra o vírus. As medidas de higiene e limpeza, o isolamento social, todos os autocuidados físicos e psíquicos que falamos no texto sobre autocuidado, etc.
3. Avaliar de forma realista e buscar evidências e fatos de que você tem como garantir sua segurança. Siga as regras da OMS, fique em casa, coma bem, tente dormir melhor, busque ajuda de amigos e profissionais se for necessário.
4. Utilize o seu racional. Por mais que suas emoções estejam de dando dados do fim do mundo, a coisa não é assim.
5. Tente não funcionar no automático, avalie e reavalie as situações apresentadas, busque dados e informações que possam balizar a situação e não apenas se guie pelas emoções.
6. Olhe para o copo meio cheio e não para o copo quebrado no chão. Veja a realidade, e lide com ela de forma inteligente e estratégica o pensamento catastrófico te paralisa e te torna, ai sim, ineficaz para resolver as questões da vida.
7. Cuidado com os pensamentos e estratégias sabotadoras e principalmente com as distorções cognitivas que fazem com que você não consiga avaliar as situações de forma realista e objetiva.
E, para você que já esteve mal, ou perdeu alguém, se permita viver o luto sem culpas, algumas vezes, mesmo fazendo o melhor, o resultado não é o esperado, mas, nesse momento você não está hiperdimensionando a vulnerabilidade, ela existe como existe para todos nós em alguns momentos da vida, nunca para todos.
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