Sou Psicólogo e não consigo enxergar uma orientação sexual como Doença.
Orientação Sexual é como uma bússola interna que todos temos e nos direciona
para onde buscar nossa realização como pessoas que sentem prazer.
O ser humano nasce e se insere em um contexto familiar que é parte de um
a sociedade, que partilha de uma cultura e conceitos religiosos específicos,
regras jurídicas, etc. Esses conceitos vão sendo impressos na consciência da
pessoa, moldando a subjetividade,
guiando condutas. Mas, por mais que se marque a ferro em brasa determinados
conceitos e regras, o sujeito é único, e deseja. A subjetividade é marcada por
uma capacidade de formar indivíduos únicos.
O conjunto de experiências vividas e a forma que elas são sentidas e percebidas
pelo aparelho senso perceptivo, 5 sentidos, vão determinar a forma como o corpo
e a mente reage a determinados estímulos, sejam eles cores, sabores, texturas,
estéticas, corpos.
Somos complexos: parte bichos instituais
(cérebro basal), seres emocionais (sistema Límbico) e racionais (neocortex). Nosso
cérebro tem que lidar com tudo isso, organizando informações, tentando manter a
sobrevivência, na luta ou na fuga, sejam elas reais ou simbólicas, mas,
principalmente, buscando felicidade e
evitando a dor.( vide Freud e seus conceitos de principio do prazer e principio
da realidade).
Adoecer, para o psicólogo, é entrar em sofrimento. Sofre quem está em
desacordo com o que dentro de uma gama de possibilidades não consegue se
realizar plenamente dentro de suas potencialidades.
A homossexualidade em si nunca será doença, doente é o contexto que não
aceita a expressão de amor, de carinho, de gozo.
O sofrimento do homossexual não é dele, é imposto pela tirania dos
outros que são incapazes subjetivos, incapazes simbólicos, incapazes
emocionais, e principalmente totalmente incapazes de ter empatia o suficiente
de entender formas diferentes de amar.
Precisamos da cura de caráter, da cura para falta de amor, falta de
empatia, falta de respeito à diversidade, esta que é a marca de todo ser vivo
dito “superior”.
Sou Psicólogo e não aceito o conceito de “cura gay”. Não concebo a ideia
de curar felicidade. Curar amor. Curar afeto, parceria, companheirismo. Não admito
em meu consultório pessoas felizes. Meu papel no mundo é promover mais
aceitação, mais coerência, mais felicidade e paz. E, nesse contexto, rechaço
qualquer tipo de proposta de encarceramento das vivências mais puras de desejo,
amor e felicidade.
Se for pra propor uma nova “CURA FANTASTICA” quero fazer uma terapia de grupo com a
sociedade, esta sim, doente, maculada, ensandecida, surtada! Proponho terapia
de grupo para a sociedade que veta a possibilidade do outro ser feliz por ser
apenas quem é. Que veta ao outro a sua auto realização apenas porque acha o
diferente inaceitável.
Sou psicólogo e não aceito a “cura gay”. E não aceito exatamente por
este motivo: SOU PSICÓLOGO!!!!!
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