sábado, 30 de janeiro de 2021

 

Uri, fale-me mais sobre isso... rsrsrs

Bem, não é muito complexo de entender. Basta você perceber que o processo terapêutico depende muito mais do sujeito-paciente do que do Terapeuta. Você pode ter um terapeuta muito bom, você pode ter um terapeuta muito caro, você pode ter um terapeuta muito bom e muito caro, mas se você não se colocar a disposição do processo, ele não anda!

O básico para esse entendimento parte dos seguintes pressupostos:

1-            Reconhecimento do sujeito-paciente da necessidade de mudança;

2-            Ir para a terapia;

3-            Estar implicado nas reflexões geradas: ouvir e racionalizar a fala terapêutica;

4-            Internalizar a lógica da mudança cognitiva, afetiva e comportamental;

5-            Praticar a mudança no cotidiano entre as sessões;

6-            Trazer feedbacks para setting

7-            Repetir do ponto 3 a 6 até que se esgotem as necessidades do item 1.

Normalmente percebo a falha, na maior parte dos casos, nos itens 3 e 5. As pessoas vão para a terapia, falam, se expõe tem uma acolhida e um feedback do terapeuta, mas saindo do horário da sessão não se preocupam em dar continuidade ao processo no mundo.

Uma porcentagem maior, mas também significativa dos casos para no item 4 e criam milhões de empecilhos e mecanismos de autossabotagem para não sair do lugar

O processo terapêutico é movido a trabalho, em casos mais difíceis: sangue, suor e rios de lágrimas.

Temos que ter em mente o resultado. A mudança pragmática e a felicidade conseguida a partir disso. Se livrar de velhos padrões é doloroso, mas o resultado é infinitamente mais poderoso.

Vem para a terapia! Mas vem de verdade!!!


sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. Na perspectiva cognitiva a ansiedade se centraliza na noção de vulnerabilidade como uma percepção de si mesmo como sujeita a perigos internos e externos para os quais não tem controle suficiente ou ineficiente para lhe garantir a segurança.

Parte-se sempre de uma situação que é avaliada muito mais emocionalmente do que de forma racional e cognitiva. As ameaças e pequenos estímulos são superdimensionados e a pessoa se sente impotente frente a elas. Essa percepção distorcida da ameaça dispara os alertas orgânicos e as reações comuns de suar muito, coração disparado, tremedeira, falta de ar, as pernas bambas e uma angústia sem fim misturados ao senso de impotência deixam o indivíduo paralisado.

O processamento do sujeito que pela sua história de vida e crenças sobre si mesmo vão ativar:

1.    Avaliações exageradas da ameaça;

2.    Impotência aumentada;

3.    Pensamento inibitório de informações de segurança;

4.    Pensamento construtivo ou reflexivo prejudicado;

5.    Processamento da informação de forma automática;

6.    Pensamentos perturbadores e catastróficos;

7.    Processos internos de perpetuação da ansiedade;

Agora imaginem que isso já se dá quando a ameaça é mínima e as vezes irreal, na pandemia os transtornos de ansiedade estão sendo extremamente ativados porque o vírus é uma ameaça letal, para 5% ou 6 % das pessoas que o contraem.

O que podemos fazer?

1.    Avaliações reais da ameaça. Ler fontes de informações fidedignas como a OMS. No Brasil, por favor, desconsiderar as fontes como ministério da saúde e alguns governos.

2.    Avaliar realisticamente o seu senso de impotência. Na verdade, todos somos potentes contra o vírus. As medidas de higiene e limpeza, o isolamento social, todos os autocuidados físicos e psíquicos que falamos no texto sobre autocuidado, etc.

3.    Avaliar de forma realista e buscar evidências e fatos de que você tem como garantir sua segurança. Siga as regras da OMS, fique em casa, coma bem, tente dormir melhor, busque ajuda de amigos e profissionais se for necessário.

4.    Utilize o seu racional. Por mais que suas emoções estejam de dando dados do fim do mundo, a coisa não é assim.

5.    Tente não funcionar no automático, avalie e reavalie as situações apresentadas, busque dados e informações que possam balizar a situação e não apenas se guie pelas emoções.

6.    Olhe para o copo meio cheio e não para o copo quebrado no chão. Veja a realidade, e lide com ela de forma inteligente e estratégica o pensamento catastrófico te paralisa e te torna, ai sim, ineficaz para resolver as questões da vida.

7.    Cuidado com os pensamentos e estratégias sabotadoras e principalmente com as distorções cognitivas que fazem com que você não consiga avaliar as situações de forma realista e objetiva.

E, para você que já esteve mal, ou perdeu alguém, se permita viver o luto sem culpas, algumas vezes, mesmo fazendo o melhor, o resultado não é o esperado, mas, nesse momento você não está hiperdimensionando a vulnerabilidade, ela existe como existe para todos nós em alguns momentos da vida, nunca para todos.